Minha primeira maratona!
Olá pessoal! Nesse primeiro post do blog, vocês saberão um pouco da experiência de Carlos Washington em relação à sua primeira maratona, que aconteceu dia 31/07/2016 na cidade de São Paulo.
O porquê dessa entrevista com esse tema? Pois bem, eu já tive a experiência de participar de algumas humildes corridas, de 5 e 8km kk (ainda chego nos 42 um dia hein), e quando iniciei nos treinos, tive a confirmação que correr é apaixonante, viciante e, de fato, a cada treino é possível extrair algo bom.
E ao acompanhar C. Washington na maratona, e poder ver pessoas comuns se desafiando, superando seus próprios limites, tanto físicos quanto emocionais, eu pude perceber que essa foi uma das experiências mais gratificantes que pude viver ( olha que só fui espectadora).
Então, percebi que a dedicação e a disciplina de C.W., o levaram a buscar sozinho os recursos necessários para realizar seu sonho.
E essa é a proposta do blog, fornecer conteúdo real pra você se inspirar!
Muito mais do que uma entrevista, aqui você lerá um relato sincero de alguém que sonhou, teve dificuldades como qualquer pessoa, contudo manteve os olhos fixos em sua meta e a realizou!
Laís: Você tinha o hábito de praticar atividades físicas antes da corrida de rua?
Washington: Eu sempre tive uma vida ativa, em questão de atividades físicas. Eu sempre joguei futebol, e teve o período que passei na faculdade e sempre participei das modalidades esportivas nesse período de formação. Então o esporte sempre teve diretamente ligado a minha vida desde criança.
L: Em que momento da sua vida você sentiu e decidiu que queria ser um corredor?
W: Bom, eu tinha feito algumas experiências de corrida, até mesmo quando eu era adolescente (quando tinha 16 anos ,acredito). E outras também antes de me formar na faculdade. Mas eu decidi que realmente iria dedicar um tempo especial da minha vida pra isso, foi numa corrida que eu fiz com um colega meu da faculdade e que eu consegui correr com ele apenas 4km, mas parecia que era uns 42 km (no ano de 2013).
L: Qual foi sua maior dificuldade enfrentada até hoje?
W: A maior dificuldade até hoje foi o treino para a maratona, porque eu nunca tinha feito uma maratona, eu não tinha experiência e nem sabia o que era. Então foi uma experiência nova, dolorida, cansativa, mas acima de tudo prazerosa e que me mostrou também de uma forma diferente o quanto é bom viver, ter a liberdade e as condições que Deus nos dá, pra viver nossa vida, pra ter saúde, pra praticar esportes. Um simples passo, uma simples corrida muda bastante a vida de uma pessoa e a minha mudou assim.
L: Participar de uma maratona tornou-se um sonho desde quando? Você se inspirou em alguém?
W: Inspiração vem de mim mesmo, porque as coisas sempre aconteceram na minha vida pela vontade de Deus, e pela convicção de eu direcionar as coisas para que acontecessem. E a corrida é a mesma coisa, simplesmente foi um desejo meu de enfrentar esse desafio, queria enfrentar essa experiência. E a corrida pra mim sempre foi um prazer, e existem varias formas de um corredor se identificar: porque existem pessoas que gostam de correr sozinho, outros acompanhado. E a corrida pra mim também é uma forma de eu louvar a Deus pela minha vida e pelas condições de vive-la bem.
E eu decidi fazer uma maratona em 2015, e se tornou um sonho. Porque eu vi alguns relatos de pessoas que correm, em redes sociais, e na Maratona do Rio em 2015 teve uns relatos interessantes e uns me chamaram atenção. E isso instigou minha curiosidade, eu fui ler mais sobre isso, buscar mais informações, acompanhar noticiários que relatam corrida, como podcast, youtube e isso foi cada vez mais aumentando minha curiosidade e essa paixão pela corrida.
L: Relate um pouco como foi o teu preparo para enfrentar a prova.
W: Bom, o preparo da prova começou dia 11 de Abril de 2016, numa segunda feira. E de lá até a prova foram 16 semanas, e foram 16 semanas bem corridas, literalmente rs, por conta dos afazeres do dia a dia. Porque como sou um corredor amador, não me sustento da corrida. Tenho uma profissão, eu trabalho...e é lá onde passo minhas manhãs trabalhando, até o final da tarde. E depois de lá que eu tenho a disponibilidade pra correr e também pra viver minha vida, resolver os meus problemas, ter minha vida social.
E fazer o treino pra maratona exigiu muito da disponibilidade, da organização, de renúncias também, de se privar de muitas coisas pra poder se preparar, pra poder fazer os treinamentos, pra poder atingir os níveis que uma maratona exige de cada corredor.
L: Quem te acompanha de perto sabe que você, na maioria das vezes, fazia os chamados longões sozinho. Como se manteve motivado por tanto tempo?
W: Como eu havia dito, correr pra mim não é um sacrifício, é um prazer. Mas é claro que também para um treino longo, como toda atividade que você faz durante a manhã. E acredito que todo mundo quando levanta cedo pra fazer alguma coisa, mesmo que seja uma coisa que ame bastante, sente uma preguiça, um cansaço ou então faz aquela pergunta: por que eu to fazendo isso?
E a minha grande motivação em acordar cedo, pela manhã, as 03:00h ou 04:00h da manhã, e sair 05:00h pra correr, sempre foi a vontade da realização do sonho de correr uma maratona. Ou seja, eu acredito que sou um predestinado por Deus, porque quando Deus me dá a permissão de viver, Ele cuida do meu dia, da minha vida, das minhas atividades, mas quem decide como essas coisas vão acontecer sou eu, e acreditando que sou um predestinado por Deus, e quando decido fazer uma coisa, eu me dedico totalmente e de coração. E eu não gosto de desistir de um plano, de um sonho que eu tenha determinado, e eu não lembro de algo que eu tenha determinado na minha vida que eu tenha desistido.
L: Seu sonho se realizou, você correu e concluiu a prova. Qual sua avaliação dessa primeira participação na Maratona de São Paulo?
W: Bom, ao avaliar minha participação na prova, pra mim ela foi regular, porque, [claro] que a gente tem uma exigência pessoal pra alcançar os resultados, pra realizar nossas expectativas da prova, mas também tenho a consciência que foi algo que não tinha feito ainda, nunca tinha experimentado e não tinha noção do que seria. Embora a gente leia, se informe e acompanhe muitas coisas, e sabe que depois do km 30 as coisas mudam bastante rs.
Mas na prova, foram experiências que eu senti que, o treino com certeza valeu a pena, mas percebi algumas coisas que eu vou mudar no treinamento, pra fazer a próxima prova no RJ em 2017. Pois era algo que eu não tinha experiência pra fazer, e que eu percebi durante a corrida. Enfim, como avaliação - foi regular, mas foi boa no sentido que eu consegui cumprir o principal objetivo, que era o de concluir a prova, e perto do outro objetivo - que era o de terminar a corrida abaixo das 04:00h.
Porém era uma prova dura, uma prova muito difícil...talvez a prova mais difícil do Brasil, apesar dela ser nova, pelas subidas, pelo percurso. Mas eu to muito feliz, to muito contente com tudo o que aconteceu no dia 31/07.
L: Qual a mensagem que você pode dar para quem quer enfrentar uma corrida de rua e quem sabe uma maratona?
W: A mensagem que eu posso dar, da experiência que tive na maratona é: permita-se! Permita-se fazer aquilo enquanto há tempo, enquanto há oportunidade. Porque enquanto nós podemos dar um passo, correr, correr 1km, uma milha, 5 km, 10 km, as pessoas tem que se permitir. Agora se você quer correr uma maratona, permita-se mais ainda!
Tem uma fala que ouço sempre: "você quer experimentar a corrida, corra 5km. Você quer se apaixonar pela corrida, corra 10. Você quer se desafiar na corrida, experimente 21. Se você quiser mudar a vida com a corrida, corra uma maratona". E isso é forte, porque é um período difícil, mas tem um lado bom porque você percebe que pode fazer coisas que não se permitia antes.
Carlos Washington, manauara, 30 anos, formado em Educação Física e maratonista.
Email: ton018_msp@hotmail.com
Instagram: @tonacorrida